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2012 - Livro Vermelho 2013

Caperonia buettneriacea Müll.Arg. VU

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 13-06-2012

Criterio: D2

Avaliador: Rafael Augusto Xavier Borges

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Caperonia buettneriacea têm distribuição indicada em cinco Estados brasileiros, no entanto, só estão disponíveis dados de ocorrência da espécie para o Paraná e Espírito Santo, onde há diversas ameaças incidentes como as monoculturas de soja, a presença de espécies exóticas invasoras e os incêndios de áreas campestres. Dessa forma, torna-se necessário acompanhar os efeitos destas ameaças sobre as subpopulações conhecidas e comprovar a existência de subpopulações em outros Estados.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Caperonia buettneriacea Müll.Arg.;

Família: Euphorbiaceae

Sinônimos:

  • > Argythamnia buettneriacea ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Descrita originalmente na obra Flora Brasiliensis 11(2): 320. 1874.

Distribuição

A espécie é endêmica do Brasil, ocorrendo nos Estado de Minas Gerais, São Paulo e Paraná (Cordeiro et al., 2012). Secco (com. pess.) afirma que a espécie ocorre ainda em Santa Catarina, e corrobora Oliveira et al. (1989), que cita a ocorrência da espécie no Estado do Rio de Janeiro.

Ecologia

Planta herbácea, terrícola ou aquática (Oliveira et al., 1989), em locais rasos; ocorre em Formações Campestres (Sobral et al., 2009) associadas aos Domínios Fitogeográficos Mata Atlântica e Cerrado (Cordeiro et al., 2012).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes A Mata Atlântica, um dos Domínios Fitogeográficos onde a espécie se encontra distribuída, é caracterizado pela alta diversidade de espécies e pelo elevado grau de endemismo. A retirada da cobertura vegetal, visando a utilização da área para a agricultura, pastagem, extração de madeira e ocupação humana ao longo dos últimos dois séculos causou a destruição da maior parte desta região, restando hoje cerca de 7% a 8% de sua área original. Devido à ocupação urbana e agrícola, as áreas de mata estão cada vez mais isoladas umas das outras, formando pequenas ilhas de vegetação nativa. Desta forma, a maioria das espécies que vivem nesses fragmentos formam populações isoladas de outras que se situam em outros fragmentos. Para muitas espécies, a área agrícola ou urbana circundante pode significar uma barreira intransponível, o que altera de maneira irreversível o fluxo gênico entre as populações e compromete a perpetuação destas na natureza (Galindo-Leal; Câmara, 2003).

1.1 Agriculture
Detalhes A degradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espécies exóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade do Domínio Fitogeográfico Cerrado. A partir de um manejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta: em plantios convencionais de soja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25 ton/ha/ano. Aproximadamente 45.000 km² do Cerrado correspondem a áreas abandonadas, onde a erosão pode ser tão elevada quanto a perda de 130 ton/ha/ano. O amplo uso de gramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial à biodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dos ecossistemas. Para a formação das pastagens, os cerrados são inicialmente limpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogon gayanus Kunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf, Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf e Melinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura). Metade das pastagens plantadas (cerca de 250.000 km² - uma área equivalente ao Estado de São Paulo) está degradada e sustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzida cobertura de plantas, invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).

1.5 Invasive alien species (directly impacting habitat)
Detalhes Os ecossistemas de pastagem natural, como as Formações Campestres sobre a qual a espécie ocorre, encontram-se em processo de permanente degradação, em decorrência do superpastejo, da utilização excessiva do fogo, pela substituição por lavouras e pela invasão de espécies exóticas de alto poder competitivo (Maia et al., 2003).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: A espécie foi considerada "Vulnerável" (VU) em avaliação de risco de extinção empreendida para a flora do Estado do Paraná (SEMA/GTZ-PR, 1995).

Referências

- CORDEIRO, I. ET AL. Euphorbiaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

- SOBRAL, M.; KAMINO, L.H.Y.; OLIVEIRA, C.TSTEHMANN, J.R. ET AL. Euphorbiaceae. Rio de Janeiro, RJ: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2009.

- OLIVEIRA, A.S. ET AL. Euphorbiaceae Juss. - Espécies ocorrentes nas restingas do estado do Rio de Janeiro. Acta Botanica Brasilica, v. 3, n. 2, p. 131-139, 1989.

- SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE/DEUTSCHE GESSELLSCHAFT TECHNISCHE ZUSAMMENARBEIT (SEMA/GTZ). Lista Vermelha de Plantas Ameaçadas de Extinção no Estado do Paraná, Curitiba, PR, p.139, 1995.

- GALINDO-LEAL, C; CÂMARA, I.G. Mata Atlântica: biodiversidade, ameaças e perspectivas. São Paulo, SP; Belo Horizonte, MG: Fundação SOS Mata Atlântica; Conservação Internacional, 2005. 472 p.

- KLINK, C.A.; MACHADO, R.B. A conservação do Cerrado brasileiro. Megadiversidade, v. 1, n. 1, p. 147-155, 2005.

- MAIA, F.C.; MEDEIROS, R.B.; PILLAR, V.P. ET AL. Composição, riqueza e padrão de variação do banco de sementes do solo em função da vegetação de um ecossistema de pastagem natural., Iheringia, v.58, p.61-80, 2003.

Como citar

CNCFlora. Caperonia buettneriacea in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Caperonia buettneriacea>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 13/06/2012 - 16:14:39